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O estudo, realizado com 407 estudantes de 14 a 18 anos, apontou diversos resultados relacionando o indivíduo ansioso e o uso de substâncias psicoativas, sendo que os sujeitos responderam um questionário sociodemográfico, escala de ansiedade do adolescente e um questionário sobre o consumo de substâncias psicoativas.
Em relação às substancias psicoativas, o estudo apontou os seguintes resultados:
O uso na vida de substâncias psicoativas foi relatado por 334 (82,10%) participantes; o uso no ano por 289 (71,00%); o uso no mês por 128 (31,40%); o uso frequente por 52 (12,80%); e o uso pesado por 55 (13,05%). Ainda, 71 (17,40%) participantes responderam nunca ter consumido nenhum tipo de substância psicoativa.
No que tange os níveis de ansiedade:
Para obter os níveis de ansiedade da escala, as pontuações foram distribuídas em quartis. Dessa forma, os níveis de ansiedade foram classificados como: mínimo, leve, moderado e grave. Apresentaram grau mínimo 101 (24,8%) participantes; grau leve, 96 (23,6%); grau moderado, 114 (28,0%); e grau grave, 96 (23,6%).
Concluiu-se que a relação entre ansiedade e consumo de substâncias psicoativas nos adolescentes foi mais destacada nas bebidas alcoólicas, pois houve relação no uso no ano e frequente com a ansiedade. O álcool foi a substância mais consumida em todas as modalidades. Essa relação se faz compreensível, uma vez que o álcool é uma substância lícita de ampla aceitação social, de fácil aquisição e culturalmente valorizada. Verificou-se que as substâncias lícitas – álcool e cigarro -, foram as mais consumidas e que o consumo de anfetaminas e ansiolíticos está crescendo na população em estudo. A ansiedade dos adolescentes indicou maior percentual para o nível moderado. Isso não significa dizer que os adolescentes possuam algum transtorno de ansiedade, uma vez que o estudo buscou verificar a ansiedade não patológica, que é própria do ser humano. É interessante, porém, compreender a ansiedade nessa faixa da população, investigar quais sintomas são mais frequentes a fim de que se realizem projetos mais direcionados para essa variável; Os autores da pesquisa apontam que isso se faz importante uma vez que pesquisas no sentido de verificar os sintomas de ansiedade nos adolescentes são escassas.
A pesquisa destaca a necessidade de uma discussão do consumo de substâncias psicoativas com adolescentes que não enfatize necessariamente os efeitos negativos destas, mas também as consequências do consumo; Em relação a ansiedade, destaca-se a necessidade de políticas públicas de saúde que visem a promoção da saúde e aumentem a reflexão sobre o estilo de vida e a ansiedade.
Leia o estudo completo aqui!
LOPES, Andressa Pereira; REZENDE, Manuel Morgado. Ansiedade e consumo de substâncias psicoativas em adolescentes. Estud. psicol. (Campinas), Campinas , v. 30, n. 1, mar. 2013 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2013000100006&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 12 set. 2013. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2013000100006.
FONTE:http://www.redepsi.com.br/2013/09/12/adolescentes-ansiosos-estao-mais-propensos-a-usar-drogas/